terça-feira, 30 de outubro de 2007

“Meu Caro Amigo,

...me perdoe, por favor”. Estamos hoje em um país que cada vez mais vive um grave problema. Podemos considerar nossa situação mais difícil ainda do que a anos atrás. A ditadura é classificada por muitos - principalmente pela a imprensa e pelas as pessoas ligadas às áreas culturais de expressão (principalmente a música) - como uma idade das trevas. Uma época em que as pessoas não podiam se expressar e se o fizessem corriam risco de morte.
E hoje estamos diante de um problema maior. Olhamos para fora e vemos as ilegalidades diante de nós mesmos. Vemos os absurdos acontecendo dia após dia. A diferença é que notamos isso - nós sabemos disso - escutamos a Fátima Bernardes e o William Bonner falar sobre o assunto no jornal nacional, o país inteiro assiste o programa. É o mensalão, o Renan Calheiros, a CPI disso, a CPI daquilo, o leite com água oxigenada, a eterna Contribuição Prorrogável para o Mensalão Federal (CPMF)... Tudo isso diante dos nossos olhos. Mas agora temos o poder não temos? O país é governado por nós, eleitores. Somos nós que fazemos as decisões não? Podemos fazer valer nossa opinião agora que temos liberdade! Vamos as ruas protestar pelo o que é nosso... Vamos?!
Nos foi dada a liberdade de nos expressar, de dizer que o que está acontecendo não está certo, mas por que nossa situação não mudou? Por que não fazemos parte das decisões? Não decidimos nada para o nosso país porque nossa opinião não vale nada. Nosso voto não vale nada, os políticos não precisam ser coerentes com o que prometem pois ninguem presta atenção na atuação deles, ninguém se lembra. Os políticos não mudarão porque eles não precisam mudar. Vão continuar indo e se elegendo com aquele jeitinho brasileiro de ser, sempre tocando com a barriga. E nós, que estamos aqui assistindo tudo isso de braços cruzados sentados escrevendo ou lendo esta coluna, “levando de teimoso e de pirraça”.
É meu amigo, no país que tem muito samba, muito choro e rock’n’roll a coisa tá preta. “E a gente vai se amando que, também, sem um carinho, ninguém segura esse rojão”...

ALEXANDRE FLECK BRANDÃO

brandao.br@gmail.com

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